terça-feira, 25 de outubro de 2011

Nowhere fast

É triste dizer... vejo minha vida indo a lugar nenhum!!! Os dias começam e terminam sem que nada tenha acontecido. Sou apenas coadjuvante na vida alheia ou mesmo na minha. E o pior é não poder fazer nada a respeito. Minha vida está amarrada numa pedra imensa...
Veja, não estou querendo ser pessimista. Apenas a realidade é feia em alguns momentos. Vamos aos fatos:

Eu trabalho numa empresa que, ao que parece, está falindo.
Em cinco anos trabalhando nela, nunca tive um centavo sequer do meu FGTS depositado, embora o contracheque (e a conta bancária)indique que todos os meses aquele valor seja debitado dos meus rendimentos.
Não vejo nenhuma perspectiva de voltar a ser a profissional que já fui.
Não acho que esse trabalho vá me levar a lugar algum, mas também ele não me deixa ir aonde eu quero, porque pedir demissão, nesta altura do campeonato, seria uma tremenda burrice.

Então, novamente, minha vida está amarrada. Está presa e parada nesta carcaça que se tornou meu emprego. Eu preciso dele, mas não o suporto. Não há perspectivas, mas não dá para sair...

Sinto que estou perdida... Estou sem rumo, sem direção e, pior, sem vontade de tentar achar o caminho agora. Tudo o que eu quero é deitar e dormir profundamente... E só acordar quando o mundo tiver acabado, quando não restar mais nada... Acordar no outro lado do além... acordar na minha vida após a morte.

Sim, não é segredo... Eu estou deprimida... E não tenho nenhuma vergonha em dizer isso, porque não é algo que eu tenha escolhido ou que eu faça de propósito.

Mas amanhã será um novo dia... Sim... Amanhã, quem sabe!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Make me happy II

A lista continua, graças a Deus...

Beija-flores, arco-íris, gentileza, solos de baixo, poesia com que a gente se identifica, carinhos gratuitos, dar presente, cozinhar, ver satisfação em quem degusta meus preparos, gente consciente, respeito, pessoas realizando conquistas, aquarela, sorvete, abraçar uma árvore, rezar.

E em breve a continuação...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Make me happy...

Mesmo assumidamente deprimida, posso fazer uma lista de coisas que me deixam feliz: o cheiro dos meus filhos, sorrisos sinceros, borboletas amarelas, céu azul, elogios, abraços apertados, piadas de nerd, cantar alto, cinema com pipoca, rever bons amigos, cuidar de mim no salão de beleza, chocolate meio amargo, nhoque a bolonhesa, cheiro de lavanda e de canela, "minhas árvores" (Não sei que árvores são, só sei que elas florescem de agosto em diante, e ficam com a copa toda roxinha, como se não tivessem folhas verdes, mas sim roxas... Em dezembro, as flores vão se amarelando, e elas voltam a ser verdes até agosto novamente. Parecem com essa da foto), unhas pintadas, brincos bonitos, videoclipes antigos, finais felizes, pessoas apaixonadas,carinho no meu cabelo, cabelos ruivos e cabelos grisalhos assumidos, compreender ironias, perceber intertextualidades, ler um bom livro, descobrir coisas novas, mudar de ideia, aceitar conselhos, rejeitar outros que não me servem, confiar na minha intuição, pessoas autênticas, gargalhadas viscerais, dançar de qualquer jeito, belezas não convencionais, tatuagens que não são modismos... Creio que, por hoje, eu listei quase tudo de que me lembro. A lista deve continuar, numa outra hora.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Abrir o verbo

Eu estive com um tio meu nesse fim de semana. Ele está internado, com câncer... Já está numa fase complicada, não tem mais como reverter, só controlar. Não pode ser operado... Enfim, fase terminal... Ele não sabe o que é, ninguém tem coragem de contar... É muito triste. Ele é novo, tem só 53 anos de idade... Eu o acho novo... Ainda teria muito o que viver...No entanto, já tá indo embora, sofrendo...
Fiquei pensando no que ele pode ter deixado de viver. Questionei se ele partirá com algum tipo de arrependimento... Tanto do que fez quanto do que deixou de fazer... E é óbvio que eu passei a pensar em mim, nas coisas que eu gostaria de fazer e ainda não fiz... Pensei em tudo o que não disse, mas que gostaria de dizer, para as pessoas importantes da minha vida. Eu sei que eu digo muito facilmente que amo quando isso é verdade... não tenho pudores em relação a isso. Mas tenho receio de que minha vida se acabe sem que eu tenha conseguido realizar algumas coisas, sem que eu me sinta realizada no que escolhi para mim...
Eu acho que preciso repensar minha inércia, meus medos e inseguranças.... Eu não quero me arrepender do que não fiz....

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cirurgia do meu filho

Hoje pela manhã meu filho foi operado. Foi uma coisa simples, já prevista e planejada... Uma correção de ptose congênita. Olho direito... Se a cirurgia foi simples, o pós operatório está sendo muito difícil... Difícil pra mim, para a família, principalmente para ele...
O que tem sido mais complicado é o fato de que a pálpebra operada ainda não se movimenta e, por isso, o olho permanece aberto o tempo inteiro, sem piscar... A consequência disso é uma falta de lubrificação do globo ocular.... Para evitar isso, precisamos aplicar, a cada hora, um gel no olho, puxando a pálpebra inferior para que o gel seja alojado na "bolsa conjuntiva"... Mas como fazer isso em uma criança de 3 anos, que não permite que mexamos no olho dele... Ora, imagine uma pálpebra edemaciada, com pontos... Se fosse o caso, nem eu permitiria... Mas somos adultos... ele, um bebê... meu bebê.
Para mim, nem sei mensurar o que é mais duro: minha impotência diante do sofrimento dele, minha sensação de inutilidade, já que minha sogra "toma conta" de tudo, mesmo que não tenha sido solicitada para isso. Ela consegue colocar o remédio... eu não. Sinto-me como se perdesse meu lugar de mãe, como se eu pudesse ser "mandada embora" do meu lugar, do meu papel, do meu espaço...
Espero que amanhã tudo esteja melhor.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Arrumando a casa...

Não vou voltar atrás
O chão sumiu a cada passou que eu dei


Os versos de Paulinho Moska ilustram muito bem o meu sentimento de convicção diante da mudança que eu escolher fazer. Há dois dias, vi minha vida acadêmica passar diante dos meus olhos, indo para reciclagem. Restou muito pouco do que eu resolvi doar. Salvo um trabalho que a Profª Drª Rosa Virgínia Mattos e Silva, sumidade nacional de História da Língua Portuguesa, me deu nota 10, meu banco de dados do mestrado e a própria dissertação encadernada em capa dura, com letras douradas, todo o resto foi para a caixa que, em breve, virará papel novamente. Apostilas, textos xerocopiados, anotações, cadernos inteiros... tudo foi para o caixote. Enquanto cada pilha de material era colocada na caixa, eu pensava com meus botões: Não vou mais precisar de nada disso.

Eu sei que eu posso até mudar de ideia quanto a ser uma cozinheira, um dia, num futuro indefinido... Mas tenho plena convicção de que jamais voltarei a ser professora de Língua Portuguesa. Eu, simplesmente, não quero mais isso para mim. É fato! Eu, na verdade, nunca quis... Fazer faculdade de Letras sempre foi meu plano B. E no meio dele, percebi que meu plano B tinha virado plano A. Em outras palavras, estava tudo errado...

Eu não me arrependo de ter feito esse percurso. Não me arrependo de nada! Pode até ser que seja isso que me faça ter mais convicção de que essa mudança não só é desejada como é necessária. Sinto que cumpri minha missão como professora, como linguista, como cientista. Dei minha contribuição. Agora, é seguir em frente e partir para a próxima missão: alimentar.

Eu sei que a coragem que me levou a tomar uma atitude assim vai me acompanhar para o resto da vida... Se for preciso mudar novamente, não hesitarei em fazê-lo. E terei muito orgulho de mim mesma por isso, porque por mais que eu queira desafiar minhas crenças e propostas, eu sei, no fundo de minha alma, que nunca vou desistir de ser feliz.

O chão sumiu a cada passo que eu dei. Não tem retorno. Não tem volta. Eu decidi esse caminho, e ele é o único até que uma nova bifurcação me seja oferecida. Quando ela chegar, eu paro para pensar... Se houver necessidade, arranjo uma pedra onde eu possa me sentar, para esperar que minha intuição me diga qual o melhor caminho.

Pode até ser que existam pessoas que não queiram saber quem eu sou... E que só me avaliem pelo que acham que vê... Fodam-se! EU SEI QUEM EU SOU... E eu vou continuar sendo eu mesma, com minhas maluquices, com minhas indecisões, com minhas escolhas acertadíssimas, seguindo, assim, pelos caminhos mais certos.

Neste momento, o caminho está diante de mim... Eu estou parada, dando um tempo para tomar fôlego. Mas é nele que continuarei... Nem olho para trás, porque não há nada para ver. O que eu precisava trazer de lá, já está aqui comigo:amigos de verdade, experiências, novas perspectivas e pontos de vista...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Recebi um texto de Eliane Brum sobre a educação para a vida das gerações mais novas. Um frase me chamou a atenção: "A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada." Na verdade, não foi a sentença inteira que me deixou pensativa, mas sim o primeiro sintagma: A crença de que a felicidade é um direito. Não sei se essa ainda é uma crença minha. Mas sempre foi minha mola propulsora. Tudo que eu fiz, todas as minhas escolhas, todas as minhas palavras se prendem a essa crença, porque sempre foi isso que me disseram: que temos o direito de sermos felizes. E eu vivo questionando o valor das pequenas felicidades, das pequenas realizações ou do simples fato de estar viva.
De uns tempos para cá, estou pensando seriamente em desconstruir essa crença. Acho que a felicidade deve ser mesmo um estado hormonal. Simplesmente, algumas pessoas não são capazes de produzir os neurotransmissores que possibilitam a sensação de ser feliz. E estou começando a ter medo de ser uma dessas pessoas.
Sejamos realistas: eu não estou nem um pouco feliz. Embora tudo pareça estar no lugar, dentro de mim, o mundo está de pernas pro ar. Sinto falta de mim mesma, sinto falta de ser amada por mim. Sinto falta de que eu me baste para ser feliz. E busco no amor alheio essa ausência. Sofro porque o amor de meus filhos e de meu marido não me preenche como deveria. Sinto muito que pessoas com quem eu me importo não estejam nem aí para mim. Sinto muito que meus excelentes amigos não consigam me convencer de meu valor.
Será que eu sempre precisarei de remédios para me pôr no lugar? Será que as tarjas pretas me fariam sentir alguma simpatia por mim mesma? Onde será que eu devo me encontrar? Por que a criança em mim continua a achar que só será feliz quando tiver aquilo que ainda não tem? Quando será que ela estará satisfeita? Como a satisfarei? Preciso parar de amar os outros para amar a mim mesma?
Essas autoanálises me deixam esgotada... Preciso dormir.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sonhos...

Eu odeio sonhar. Sempre detestei a sensação de quando raros sonhos bons vão se esvaindo quando estamos acordando. E detesto mais ainda a angústia consciente que toma conta do meu ser quando tenho sonhos ruins. Justamente porque ninguém nunca tenha dado uma explicação absolutamente exata sobre o que são os sonhos e qual a sua finalidade, eu sigo lutando contra eles. Repito: odeio sonhar. E é raro que eu me lembre dos sonhos comuns que tenho. Os que chamam a minha atenção são os que me afligem, me deixam triste, ou seja, os pesadelos.
Nos últimos meses, tenho me lembrado mais dos sonhos do que é normal para mim. Sempre acontece, pela manhã, de eu me tocar que sonhei com alguma coisa, mas não me lembro... E assim vou vivendo. Mas nos últimos meses isso tem sido diferente. E em duas semanas eu sonhei com cobra. No primeiro sonho, eu via uma serpente, como se ela estivesse de costas para mim. Ela ia atacar, mas eu conseguia, por tempo que não posso medir, segurá-la pela parte de trás da cabeça, como um biólogo faz para evitar que ela dê o bote. Eu sentia que ela estava tentando fugir, que ela queria escapar, e eu não tinha certeza se conseguiria segurá-la por muito tempo. Então eu acordei. O que me chamou a atenção é que ela não aparecia de frente para mim.
Hoje pela manhã, ainda cochilando no sofá, tive um sonho parecido. Mas dessa vez, eu não conseguia pegar a cobra. Era como se ela estivesse indo embora. Eu continuei a vê-la por trás, de cima. Era como se eu estivesse em pé e ela, em cima de uma mesa, de costas para mim. E eu acordei...
Não sei se fiquei tão angustiada como em outros sonhos já tidos... Embora eu tenha pavor de cobras, não acho que tenha sentido pânico, nem nojo. Queria que isso tivesse algum sentido, que explicasse meus sentimentos ou o meu lugar no mundo. Mas o futuro continua nebuloso. E a angústia persiste.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Exaustão

Minha mente está tão cansada que já nem sei como tentar acalmá-la. São tantos compromissos, tantos pensamentos inconvenientes, tantos sentimentos não atendidos... É a vida. Antigamente, uma pequena lista num pedaço de papel era suficiente para que eu colocasse meu raciocínio no lugar. Agora, nem isso, nem nada... Acho que agora sou a personificação do desequilíbrio.
Vamos por partes. Tenho um material didático para produzir. Nada demais... Só um "livrinho" de 80 a 100 páginas sobre sintaxe. Tô cheia de avaliações para corrigir. Nem peguei na última pilha, já estou com outro "bolo" de relatórios... Todos para serem entregues na segunda, dia 01/08. Também tenho que desenvolver o gabarito de uma prova, que deve ser entregue na mesma data das avaliações. Tenho uma prova no curso de cozinheiro, no dia 06. Sem contar que a formatura é no dia 09/08. Depois disso, meu filho vai se operar de uma correção de ptose.
O material didático é a grande pedra no caminho. Não estou conseguindo escrever. Estou lendo muito para ver uma luz no fim do túnel. Mas parece que minha cabeça tá danificada em algum compartimento. Não estou conseguindo pensar em sintaxe. Tô pouco me lixando para os sujeitos e os predicados. Tô nem aí para os sintagmas. É como se eu só conseguisse pensar em faca, panela, sautese, assadeiras e comida. Minha cabeça mudou. Eu não me importo mais em não ser uma excelente professora de Morfossintaxe. Eu só quero ser uma excelente cozinheira...
Toda vez que eu me meto nisso, eu juro que será a última vez, que nunca mais vou produzir material didático, nem vou me meter a escrever artigo ou particpar de congresso. Então agora a promessa vai ser pública, para que todo mundo possa me cobrar. Depois que eu terminar esse material didático, eu NUNCA MAIS VOU FAZER ISSO NOVAMENTE.
E agora estou aqui... com a mente cansada, o corpo dolorido... Deprimida, sonolenta, angustiada. O que vai ser? O que vai acontecer? Como vou concluir essa tarefa que nem consegui começar direito? Que deus pagão pode iluminar minha mente para que esse livro saia de mim, vá para o mundo e me deixe em paz?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A necessidade de falar...

Parece um bichinho solto na boca, que futuca, que esperneia, belisca, pinica... Até que eu fale. Até que eu diga o que preciso dizer, até que eu despeje o que está me incomodando. Se não for dito, o bichinho entra pela corrente sanguínea. Instala-se nas minhas mãos. Cartas, bilhetes, e-mails... O bichinho não dá sossego até que tudo tenha se jogado no caminho da comunicação. Eu preciso falar. Eu preciso dizer o que sinto, o que penso... Segundo Lispector, "Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever". E a dizer... nem que seja pra mim mesma...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Na casa dos 30...

Hoje eu me encontrei com três amigas da época da minha primeira faculdade. Amigas de longas datas, amigas do peito. E ultimamente eu tenho convivido muito mais de perto com "adolescentes" de 20 e poucos anos. Com esse convívio, é muito fácil se esquecer do que representa essa idade para quem vê de fora aqueles que já passaram dos 29.
Conversar com minhas amigas me fez pensar sobre minha idade e sobre essa "casa". A casa dos 30. Essa é a idade em que começamos a racionalizar mais. Não que eu saiba como é ter mais de 33, mas imagino que o furacão que nos toma de vez em quando vá se tornando uma brisa, com o passar dos anos. Eu não sei se isso é bom ou ruim. Ainda estou seguindo por esse caminho, com a perspectiva de quem só consegue ver tudo com lentes de aumento.
A verdade é que todos os dias, em todos os lugares do mundo, alguém completa 30 anos. Antes disso, alguém que está prestes a completar 30 anos surta porque não terá mais 20 e alguns anos. No dia seguinte ao aniversário, vem a constatação de que nada mudou a não ser o número. Mas, com o os dias que se seguem, algo vai nos modificando. É mais fácil tolerar algumas coisas. É mais fácil distinguir o que não queremos fazer ou ser. Parece que, depois disso, a vida ganha outro ângulo diferente sob o qual é possível analisá-la. A máxima de que tudo é relativo parece fazer sentido na maioria das vezes. Depois dos 30, é possível ser mais compreensivo. Também é quando começamos a contar até dez de verdade, em situações extremas. Depois que entramos na casa dos 30, o "fim do mundo" é apenas um vendaval. A noção de que algo ruim vai passar começa a se esboçar mais naturalmente em nossa cabeça. É absolutamente comum respirar fundo e seguir adiante.
Nada disso significa, porém, que não iremos chorar, nos deprimir, morrer de ódio ou de desespero. A diferença de agora para antes é que algo nos diz que já vivemos um tantinho e temos algumas experiências nas prateleiras para chegar à conclusão de que o que fica é o aprendizado, boas memórias e alguma esperança de que, da próxima vez, as coisas poderão ser diferentes... para melhor.
Então, para todos que fazem 30 anos, feliz aniversário!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Uns dias, bem... outros, nem tanto...

Eu me conheço. E eu sei que quando algo me pega pelo coração, pela alma, não consigo processar nem me livrar por completo do problema enquanto não esgotá-lo. Minha razão quer tomar conta de tudo, quer analisar, sintetizar, dissecar, transformá-lo em pó até poder dizer, fria e simplesmente, que o problema passou... que era "só isso".
É difícil ser assim... é difícil ter que conviver com essas duas pessoas em mim: a racional e a completamente e insanamente emocional. Uma quer algo, a outra diz que não! Elas nunca chegam a um acordo, e, enquanto isso, eu morro... Falta-me paz, descanso, tranquilidade. Falta-me fé...
Embora eu tenha prometido a mim mesma não ficar assim, agora não é tão simples seguir adiante. O que conquistei ontem permanece comigo. Mas essa melancolia de quem não tem resposta para o que é essencial me faz frear. É preciso respirar, é preciso deixar que a racional fale que, mesmo que doa muito, deve-se abrir mão da ideia daquilo que não se pode ter.
Não dá para ter tudo. Não dá para ter sucesso profissional e uma vida amorosa perfeita. Não dá para ser 100% profissional sem que algo dê errado do outro lado... Estou tentando há anos... Não consigo... ainda.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ano novo... nova eu!

O meu empenho em mudar é genuino e sincero. Ao acordar, a primeira frase, diante do espelho, já não é mais " Nossa, que cara inchada!", mas sim "Bom dia, linda!". Nessa primeira semana, e talvez nas próximas que seguirão, isso soará como mentira. Definitivamente, não é fácil mudar conceitos velhos.
Mas uma coisa tem parecido mais fácil de aceitar e acolher: acho que, mesmo muito mutante, eu me conheço até certo ponto. E isso me permite enumerar uma série de qualidades que eu devo ressaltar e enaltecer. Tenho qualidades das quais devo me orgulhar:

1) Eu sou inteligente. Alguém que sabe fazer uma análise sintática; consegue tirar algumas músicas de ouvido; se dava bem em várias disciplinas na escola, independente de área de conhecimento; entre outras coisas deve ter crédito por isso. Acho que significa alguma coisa, por exemplo, eu ter passado em disciplinas da faculdade sem ao menos ler um texto (não foram todas, é claro).

2) Eu sou engraçada, embora meu senso de humor se acabe rapidamente quando eu estou com fome e com sono... Mas, via de regra, consigo fazer piada de muita coisa... E já faz um tempinho que deixei de me levar tão a sério. Isso me trouxe leveza!

3) Eu sou uma boa amiga. Sei ouvir, gosto de dar colo, de dar atenção.

4) Eu sou bonita. Tenho belos olhos esverdeados, cabelos naturalmente cacheados e boquinha de boneca. Tenho bundão, pernão... Meus seios, mesmo depois de amamentar 2 filhos, estão no lugar, firmes e fortes... Eu sou gata!

E existem muitas outras qualidades das quais eu me orgulho. Então, de agora em diante, ninguém mais vai tirar de mim a noção de que eu sou sensacional por ser quem sou. Se alguém opta por não me conhecer ou por não gostar do que vê em mim, é porque tem outros parâmetros. Mas isso não é problema meu. Independente disso, continuarei sendo quem sou e tendo as qualidades e características que tenho. Nada nem ninguém vai tirar isso de mim.

Então, para brindar esse momento, Fernando Pessoa vem nos abençoar com sua sabedoria e sensibilidade:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...
Que já têm a forma do nosso corpo ...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares ...

É o tempo da travessia ...
E se não ousarmos fazê-la ...
Teremos ficado ... para sempre ...
À margem de nós mesmos..."


Não ficarei, nunca mais, à margem de mim mesma...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

De braços abertos para o que o futuro reserva...

Isso não é muito a minha cara, mas mesmo assim estou disposta a tentar colocar em prática essa noção de que tudo o que eu desejo virá até mim por conspiração universal. E, se ainda assim, não vier o que eu desejo, o que vier será bem vindo porque, provavelmente, será a melhor coisa a se fazer: aceitar.
Viver é difícil, e ficar brigando com a vida faz com que tudo fique pior... O complicado não é convencer a razão disso. Disso, ela mesma se encarrega. Complicado de verdade é fazer a emoção se acalmar diante daquilo que ela não controla.
E quem aí me conhece? Ora, deve estar pensando: "Ela odeia perder o controle de tudo, do que pensa, do que sente, do que pretende fazer ou alcançar...". É verdade. Acho que essa é minha maior verdade: eu simplesmente odeio não ter o controle das coisas da minha vida. E fico vivendo como uma menina birrenta e desagradável, que bate o pé e dá testa para o destino...
Mas um novo ano está chegando para mim... Dentro em breve, chegará meu Reveillon particular... E eu pretendo, sinceramente, começar o meu 34º ano de vida com novas atitudes, novos modelos a serem seguidos...Com o tempo, iremos avaliar se isso vai funcionar, se eu vou conseguir. Pelo menos posso afirmar que estou disposta a isso...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Eu me descubro...

Há poucos dias descobri mais uma parte de mim. Percebi que estava me contendo em expor o quão angustiada ando por conta de tantas mudanças, de tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Achei que isso viraria um "muro de lamentações" e fiquei medindo palavras, evitando dizer o que eu queria gritar.
Eu descobri que essa eterna expectativa de ser aceita, amada, admirada está acabando comigo. E daí que alguém leia e não curta o que eu estou dizendo? Esse é o meu divã, é o meu confessionário. É aqui que eu preciso despejar aquilo que eu sei que ninguém vai ouvir imparcialmente.
Essa angústia que me acompanha é a antiga falta de amor próprio. Por isso eu quero que os outros me amem. Para que me digam a razão disso, e eu possa olhar para a mesma Aline que eles olham... quem sabe, passar a gostar dela da mesma forma que eles. Trágico é, porém, saber que isso nunca será suficiente. Parafraseando Bentinho (Dom Casmurro), é possível resumir como é não ter uma visão definida e positiva de si mesmo: "Se só me faltassem os outros, vá, um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falta eu mesmo, e esta lacuna é tudo."
Eu nunca quis admitir que o que me falta é o amor por mim mesma. E assim, eu sigo me sentindo vazia, buscando descobrir o que há nos vãos que eu encontro quando tento ver minha alma.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

P.S.:

Só pra dizer que estou em meio a uma fase dark... mas ela vai passar, porque eu me conheço...

Don't boys cry?

Faz menos de um mês que eu me espantei com algo, até então, inimaginável para mim. Eu vi um homem, já bem crescido, se atirar no ombro da mãe, escondendo o rosto, para chorar, tal como um menino de 5 anos faz quando alguém lhe magoa. Nesse dia, não consegui dormir tão facilmente.
A maneira como os homens agem, quando o assunto é relacionamento, é tão estranha para nós, mulheres, quanto deve ser, para eles, a nossa maneira de agir. Talvez isso nos faça pensar que o amor seja menos importante e menos doloroso para eles. Pela cena que presenciei, acho que me enganei.
De lá pra cá, me encontrei pensando nos motivos que nos levam, homens e mulheres, a vivermos armados uns contra os outros, quando precisamos uns dos outros. Frequentemente recebo e-mails com piadas misóginas, de amigos. Não é raro, também, receber e-mails com piadinhas que destacam as diferenças entre os sexos. Preciso dizer que sempre há, nessas piadas, a defesa de que um dos dois é o bem enquanto que o outro é o mal?
Acho que depois que eu vi o homem voltar a ser um gurizinho, no colo da mãe, eu tomei a decisão de me desarmar. Precisamos aceitar quem eles são... eles são diferentes de nós, e ponto. Há aspectos que nos irritam. Ora, nós os irritamos também. Mas ainda assim, quem vai negar que podemos viver bem? No fundo, relacionamento é isso mesmo, ainda que não seja um relacionamento entre um homem e uma mulher. Sei de muito homem que ama homem, e de muita mulher que ama mulher, que se irrita e briga também.
Precisamos, sim, cuidar um do outro, deixar algumas coisas pra lá, negociar outras. Precisamos, num dia de chuva, num domingo vazio ou em qualquer momento feliz, de alguém pra abraçar, beijar e dividir a vida.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Quem bate à minha porta?

Agora eu faço essa pergunta, e a resposta é a mesma de sempre: "Sou eu, a insegurança".
Fico diante dela, da porta e da pergunta com sua respectiva resposta, me sentindo algemada, impotente. Com ela por perto, parece que minhas forças se esvaem.
Não é a primeira vez que me sinto assim. Provavelmente não será a última, embora eu desejasse muito isso. E eu, com minha inexplicavel e chata racionalidade, me ponho a refletir e analisar o motivo disso. Por que eu, simplesmente, não consigo confiar em mim mesma, nas minhas qualidades e no meu potencial? Por que é tão difícil me olhar no espelho e sentir por mim o mesmo amor incondicional que tenho por meu filhos, minha mãe? Por que não consigo gostar de mim do jeito certo? Eu deveria, não é mesmo? Deveria me amar mais do que a todo o resto do mundo. Ou ao menos deveria, somente, me amar.
É assim que eu percebo que todos os problemas que tenho são fruto de uma minúscula autoestima. Se eu tivesse uma autoestima de diva, provavelmente teria outros problemas que não esses de agora: insegurança, medo, incerteza. E aí? Onde eu encontro autoestima? Como se constrói uma autoestima sadia? Aliás, como é que alguém perde a autoestima que deveria ter nascido junto com ela?
Dizem os psicólogos que autoestima é algo que se constrói com o desenvolvimento da infância. Em que momento a minha foi tão abalada? Será que mesmo que ela venha sendo cuidada e construída ao longo da infância, está fadada a ser tão frágil a ponto de a adolescência acabar por pô-la no chão? Se for assim, quem sobreviveria a este momento horripilante que é a adolescência?
Sim, foi na adolescência que eu percebi que, por mais que me dissessem que eu era bonita, nem todos os meninos iriam querer me namorar. Aquele que eu quis, que foi o meu primeiro amor não me quis. Diziam que eu era muito inteligente, mas isso não foi suficiente para que ele se interessasse em me conhecer e conversar comigo. Ser inteligente me fez ter a estigma de ser nerd, de ser CDF. Foi assim que eu me vi achando que eu não era bonita , boa , inteligente e competente o suficiente...
Assim eu volto para a porta, para a pergunta e para a resposta... Quero dizer para ela ir embora, mas não tenho voz. E mesmo que eu não abra, eu sei que ela estará lá.