segunda-feira, 27 de junho de 2011

A necessidade de falar...

Parece um bichinho solto na boca, que futuca, que esperneia, belisca, pinica... Até que eu fale. Até que eu diga o que preciso dizer, até que eu despeje o que está me incomodando. Se não for dito, o bichinho entra pela corrente sanguínea. Instala-se nas minhas mãos. Cartas, bilhetes, e-mails... O bichinho não dá sossego até que tudo tenha se jogado no caminho da comunicação. Eu preciso falar. Eu preciso dizer o que sinto, o que penso... Segundo Lispector, "Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever". E a dizer... nem que seja pra mim mesma...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Na casa dos 30...

Hoje eu me encontrei com três amigas da época da minha primeira faculdade. Amigas de longas datas, amigas do peito. E ultimamente eu tenho convivido muito mais de perto com "adolescentes" de 20 e poucos anos. Com esse convívio, é muito fácil se esquecer do que representa essa idade para quem vê de fora aqueles que já passaram dos 29.
Conversar com minhas amigas me fez pensar sobre minha idade e sobre essa "casa". A casa dos 30. Essa é a idade em que começamos a racionalizar mais. Não que eu saiba como é ter mais de 33, mas imagino que o furacão que nos toma de vez em quando vá se tornando uma brisa, com o passar dos anos. Eu não sei se isso é bom ou ruim. Ainda estou seguindo por esse caminho, com a perspectiva de quem só consegue ver tudo com lentes de aumento.
A verdade é que todos os dias, em todos os lugares do mundo, alguém completa 30 anos. Antes disso, alguém que está prestes a completar 30 anos surta porque não terá mais 20 e alguns anos. No dia seguinte ao aniversário, vem a constatação de que nada mudou a não ser o número. Mas, com o os dias que se seguem, algo vai nos modificando. É mais fácil tolerar algumas coisas. É mais fácil distinguir o que não queremos fazer ou ser. Parece que, depois disso, a vida ganha outro ângulo diferente sob o qual é possível analisá-la. A máxima de que tudo é relativo parece fazer sentido na maioria das vezes. Depois dos 30, é possível ser mais compreensivo. Também é quando começamos a contar até dez de verdade, em situações extremas. Depois que entramos na casa dos 30, o "fim do mundo" é apenas um vendaval. A noção de que algo ruim vai passar começa a se esboçar mais naturalmente em nossa cabeça. É absolutamente comum respirar fundo e seguir adiante.
Nada disso significa, porém, que não iremos chorar, nos deprimir, morrer de ódio ou de desespero. A diferença de agora para antes é que algo nos diz que já vivemos um tantinho e temos algumas experiências nas prateleiras para chegar à conclusão de que o que fica é o aprendizado, boas memórias e alguma esperança de que, da próxima vez, as coisas poderão ser diferentes... para melhor.
Então, para todos que fazem 30 anos, feliz aniversário!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Uns dias, bem... outros, nem tanto...

Eu me conheço. E eu sei que quando algo me pega pelo coração, pela alma, não consigo processar nem me livrar por completo do problema enquanto não esgotá-lo. Minha razão quer tomar conta de tudo, quer analisar, sintetizar, dissecar, transformá-lo em pó até poder dizer, fria e simplesmente, que o problema passou... que era "só isso".
É difícil ser assim... é difícil ter que conviver com essas duas pessoas em mim: a racional e a completamente e insanamente emocional. Uma quer algo, a outra diz que não! Elas nunca chegam a um acordo, e, enquanto isso, eu morro... Falta-me paz, descanso, tranquilidade. Falta-me fé...
Embora eu tenha prometido a mim mesma não ficar assim, agora não é tão simples seguir adiante. O que conquistei ontem permanece comigo. Mas essa melancolia de quem não tem resposta para o que é essencial me faz frear. É preciso respirar, é preciso deixar que a racional fale que, mesmo que doa muito, deve-se abrir mão da ideia daquilo que não se pode ter.
Não dá para ter tudo. Não dá para ter sucesso profissional e uma vida amorosa perfeita. Não dá para ser 100% profissional sem que algo dê errado do outro lado... Estou tentando há anos... Não consigo... ainda.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ano novo... nova eu!

O meu empenho em mudar é genuino e sincero. Ao acordar, a primeira frase, diante do espelho, já não é mais " Nossa, que cara inchada!", mas sim "Bom dia, linda!". Nessa primeira semana, e talvez nas próximas que seguirão, isso soará como mentira. Definitivamente, não é fácil mudar conceitos velhos.
Mas uma coisa tem parecido mais fácil de aceitar e acolher: acho que, mesmo muito mutante, eu me conheço até certo ponto. E isso me permite enumerar uma série de qualidades que eu devo ressaltar e enaltecer. Tenho qualidades das quais devo me orgulhar:

1) Eu sou inteligente. Alguém que sabe fazer uma análise sintática; consegue tirar algumas músicas de ouvido; se dava bem em várias disciplinas na escola, independente de área de conhecimento; entre outras coisas deve ter crédito por isso. Acho que significa alguma coisa, por exemplo, eu ter passado em disciplinas da faculdade sem ao menos ler um texto (não foram todas, é claro).

2) Eu sou engraçada, embora meu senso de humor se acabe rapidamente quando eu estou com fome e com sono... Mas, via de regra, consigo fazer piada de muita coisa... E já faz um tempinho que deixei de me levar tão a sério. Isso me trouxe leveza!

3) Eu sou uma boa amiga. Sei ouvir, gosto de dar colo, de dar atenção.

4) Eu sou bonita. Tenho belos olhos esverdeados, cabelos naturalmente cacheados e boquinha de boneca. Tenho bundão, pernão... Meus seios, mesmo depois de amamentar 2 filhos, estão no lugar, firmes e fortes... Eu sou gata!

E existem muitas outras qualidades das quais eu me orgulho. Então, de agora em diante, ninguém mais vai tirar de mim a noção de que eu sou sensacional por ser quem sou. Se alguém opta por não me conhecer ou por não gostar do que vê em mim, é porque tem outros parâmetros. Mas isso não é problema meu. Independente disso, continuarei sendo quem sou e tendo as qualidades e características que tenho. Nada nem ninguém vai tirar isso de mim.

Então, para brindar esse momento, Fernando Pessoa vem nos abençoar com sua sabedoria e sensibilidade:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...
Que já têm a forma do nosso corpo ...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares ...

É o tempo da travessia ...
E se não ousarmos fazê-la ...
Teremos ficado ... para sempre ...
À margem de nós mesmos..."


Não ficarei, nunca mais, à margem de mim mesma...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

De braços abertos para o que o futuro reserva...

Isso não é muito a minha cara, mas mesmo assim estou disposta a tentar colocar em prática essa noção de que tudo o que eu desejo virá até mim por conspiração universal. E, se ainda assim, não vier o que eu desejo, o que vier será bem vindo porque, provavelmente, será a melhor coisa a se fazer: aceitar.
Viver é difícil, e ficar brigando com a vida faz com que tudo fique pior... O complicado não é convencer a razão disso. Disso, ela mesma se encarrega. Complicado de verdade é fazer a emoção se acalmar diante daquilo que ela não controla.
E quem aí me conhece? Ora, deve estar pensando: "Ela odeia perder o controle de tudo, do que pensa, do que sente, do que pretende fazer ou alcançar...". É verdade. Acho que essa é minha maior verdade: eu simplesmente odeio não ter o controle das coisas da minha vida. E fico vivendo como uma menina birrenta e desagradável, que bate o pé e dá testa para o destino...
Mas um novo ano está chegando para mim... Dentro em breve, chegará meu Reveillon particular... E eu pretendo, sinceramente, começar o meu 34º ano de vida com novas atitudes, novos modelos a serem seguidos...Com o tempo, iremos avaliar se isso vai funcionar, se eu vou conseguir. Pelo menos posso afirmar que estou disposta a isso...