segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Dream Theater mood

As coisas estão mudando. Não dá para avaliar ainda se as mudanças estão tendendo para o bem ou para o mal. Acho que nunca é para o mal, se você não pretende fazer mal a alguém. Sinto-me, porém, fazendo mal a mim mesma, me contorcendo comigo na incerteza, na indecisão, na dúvida, na angústia. Acho que eu já desisti dessa coisa toda de gastronomia. Meu marido costuma dizer que eu nem tentei. Sim, é verdade. Eu, de fato, nunca trabalhei em nenhum restaurante. Fiz um evento aqui e ali. Tive medo de assumir outros maiores e para pessoas que não conhecia. Desisti sem tentar. Talvez eu esteja arranjando desculpas para esconder meu medo de tentar e falhar. Mas ao mesmo tempo, é verdadeiro o meu desejo de poder estar perto dos meus filhos enquanto eles crescem. E não é novidade que aquele que trabalha com comida, via de regra, não tem fim de semana, feriado nem dia santo. Muitos dos meus instrutores do SENAC não passam o Natal e Reveillon com suas famílias, pois estão no restaurante, servindo. Por mais que eu ame comida, cozinhar e servir, não há dúvida de que amo muito mais meus filhos, seus sorrisos e a alegria que demonstram em estar comigo. Não quero perder isso! Não quero perder a adolescência de minha boneca. Não quero estar longe nos momentos de desilusão, nas angústias. Não quero perder nada! Não quero deixar de ver meu moleque crescer,aprender a andar de bicicleta sem rodinha, jogar algum esporte novo, se apaixonar pela primeira vez. Eu quero estar presente! Tem gente que diz que é possível, mas eu não acredito. Bem, de qualquer forma, estou desistindo, sentindo um certo alívio em desistir. E a desistência vem com uma nova proposta, uma nova tentativa, para continuar exatamente onde estou. Estou me agarrando, com muito medo, na minha velha e conhecida profissão de professora. Estou morrendo de medo de voltar para a sala de aula! Mas é o que eu já conheço. Se de alguma forma é novo, também não é tão estranho assim! E assim, eu estou murcha, estou me sentindo péssima comigo mesma, porque sou covarde para tentar. Sou medrosa o suficiente para abrir mão de tentar algo que pode ser um sonho. Só que eu nem tenho mais certeza disso. Então, com a convicção minada, abro mão de sonhar. Boto meus pés no chão, me agarro à velha tábua de salvação, adio planos. Um dia, quem sabe, eu não me liberto de mim mesma e tento de verdade? Trilha de hoje: Wither, do Dream Theater. A letra fala por si só... But I feel I'm getting nowhere / And I'll never see the end / So I wither / And render myself helpless / I give in / And everything is clear / I breakdown / And let the story guide me / / I drown in the hesitation / My words come crashing down / And all my best creations / Burn into the ground / The thought of starting over / Leaves me paralyzed /