quarta-feira, 25 de maio de 2011

Eu me descubro...

Há poucos dias descobri mais uma parte de mim. Percebi que estava me contendo em expor o quão angustiada ando por conta de tantas mudanças, de tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Achei que isso viraria um "muro de lamentações" e fiquei medindo palavras, evitando dizer o que eu queria gritar.
Eu descobri que essa eterna expectativa de ser aceita, amada, admirada está acabando comigo. E daí que alguém leia e não curta o que eu estou dizendo? Esse é o meu divã, é o meu confessionário. É aqui que eu preciso despejar aquilo que eu sei que ninguém vai ouvir imparcialmente.
Essa angústia que me acompanha é a antiga falta de amor próprio. Por isso eu quero que os outros me amem. Para que me digam a razão disso, e eu possa olhar para a mesma Aline que eles olham... quem sabe, passar a gostar dela da mesma forma que eles. Trágico é, porém, saber que isso nunca será suficiente. Parafraseando Bentinho (Dom Casmurro), é possível resumir como é não ter uma visão definida e positiva de si mesmo: "Se só me faltassem os outros, vá, um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falta eu mesmo, e esta lacuna é tudo."
Eu nunca quis admitir que o que me falta é o amor por mim mesma. E assim, eu sigo me sentindo vazia, buscando descobrir o que há nos vãos que eu encontro quando tento ver minha alma.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

P.S.:

Só pra dizer que estou em meio a uma fase dark... mas ela vai passar, porque eu me conheço...

Don't boys cry?

Faz menos de um mês que eu me espantei com algo, até então, inimaginável para mim. Eu vi um homem, já bem crescido, se atirar no ombro da mãe, escondendo o rosto, para chorar, tal como um menino de 5 anos faz quando alguém lhe magoa. Nesse dia, não consegui dormir tão facilmente.
A maneira como os homens agem, quando o assunto é relacionamento, é tão estranha para nós, mulheres, quanto deve ser, para eles, a nossa maneira de agir. Talvez isso nos faça pensar que o amor seja menos importante e menos doloroso para eles. Pela cena que presenciei, acho que me enganei.
De lá pra cá, me encontrei pensando nos motivos que nos levam, homens e mulheres, a vivermos armados uns contra os outros, quando precisamos uns dos outros. Frequentemente recebo e-mails com piadas misóginas, de amigos. Não é raro, também, receber e-mails com piadinhas que destacam as diferenças entre os sexos. Preciso dizer que sempre há, nessas piadas, a defesa de que um dos dois é o bem enquanto que o outro é o mal?
Acho que depois que eu vi o homem voltar a ser um gurizinho, no colo da mãe, eu tomei a decisão de me desarmar. Precisamos aceitar quem eles são... eles são diferentes de nós, e ponto. Há aspectos que nos irritam. Ora, nós os irritamos também. Mas ainda assim, quem vai negar que podemos viver bem? No fundo, relacionamento é isso mesmo, ainda que não seja um relacionamento entre um homem e uma mulher. Sei de muito homem que ama homem, e de muita mulher que ama mulher, que se irrita e briga também.
Precisamos, sim, cuidar um do outro, deixar algumas coisas pra lá, negociar outras. Precisamos, num dia de chuva, num domingo vazio ou em qualquer momento feliz, de alguém pra abraçar, beijar e dividir a vida.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Quem bate à minha porta?

Agora eu faço essa pergunta, e a resposta é a mesma de sempre: "Sou eu, a insegurança".
Fico diante dela, da porta e da pergunta com sua respectiva resposta, me sentindo algemada, impotente. Com ela por perto, parece que minhas forças se esvaem.
Não é a primeira vez que me sinto assim. Provavelmente não será a última, embora eu desejasse muito isso. E eu, com minha inexplicavel e chata racionalidade, me ponho a refletir e analisar o motivo disso. Por que eu, simplesmente, não consigo confiar em mim mesma, nas minhas qualidades e no meu potencial? Por que é tão difícil me olhar no espelho e sentir por mim o mesmo amor incondicional que tenho por meu filhos, minha mãe? Por que não consigo gostar de mim do jeito certo? Eu deveria, não é mesmo? Deveria me amar mais do que a todo o resto do mundo. Ou ao menos deveria, somente, me amar.
É assim que eu percebo que todos os problemas que tenho são fruto de uma minúscula autoestima. Se eu tivesse uma autoestima de diva, provavelmente teria outros problemas que não esses de agora: insegurança, medo, incerteza. E aí? Onde eu encontro autoestima? Como se constrói uma autoestima sadia? Aliás, como é que alguém perde a autoestima que deveria ter nascido junto com ela?
Dizem os psicólogos que autoestima é algo que se constrói com o desenvolvimento da infância. Em que momento a minha foi tão abalada? Será que mesmo que ela venha sendo cuidada e construída ao longo da infância, está fadada a ser tão frágil a ponto de a adolescência acabar por pô-la no chão? Se for assim, quem sobreviveria a este momento horripilante que é a adolescência?
Sim, foi na adolescência que eu percebi que, por mais que me dissessem que eu era bonita, nem todos os meninos iriam querer me namorar. Aquele que eu quis, que foi o meu primeiro amor não me quis. Diziam que eu era muito inteligente, mas isso não foi suficiente para que ele se interessasse em me conhecer e conversar comigo. Ser inteligente me fez ter a estigma de ser nerd, de ser CDF. Foi assim que eu me vi achando que eu não era bonita , boa , inteligente e competente o suficiente...
Assim eu volto para a porta, para a pergunta e para a resposta... Quero dizer para ela ir embora, mas não tenho voz. E mesmo que eu não abra, eu sei que ela estará lá.