terça-feira, 17 de maio de 2011

Quem bate à minha porta?

Agora eu faço essa pergunta, e a resposta é a mesma de sempre: "Sou eu, a insegurança".
Fico diante dela, da porta e da pergunta com sua respectiva resposta, me sentindo algemada, impotente. Com ela por perto, parece que minhas forças se esvaem.
Não é a primeira vez que me sinto assim. Provavelmente não será a última, embora eu desejasse muito isso. E eu, com minha inexplicavel e chata racionalidade, me ponho a refletir e analisar o motivo disso. Por que eu, simplesmente, não consigo confiar em mim mesma, nas minhas qualidades e no meu potencial? Por que é tão difícil me olhar no espelho e sentir por mim o mesmo amor incondicional que tenho por meu filhos, minha mãe? Por que não consigo gostar de mim do jeito certo? Eu deveria, não é mesmo? Deveria me amar mais do que a todo o resto do mundo. Ou ao menos deveria, somente, me amar.
É assim que eu percebo que todos os problemas que tenho são fruto de uma minúscula autoestima. Se eu tivesse uma autoestima de diva, provavelmente teria outros problemas que não esses de agora: insegurança, medo, incerteza. E aí? Onde eu encontro autoestima? Como se constrói uma autoestima sadia? Aliás, como é que alguém perde a autoestima que deveria ter nascido junto com ela?
Dizem os psicólogos que autoestima é algo que se constrói com o desenvolvimento da infância. Em que momento a minha foi tão abalada? Será que mesmo que ela venha sendo cuidada e construída ao longo da infância, está fadada a ser tão frágil a ponto de a adolescência acabar por pô-la no chão? Se for assim, quem sobreviveria a este momento horripilante que é a adolescência?
Sim, foi na adolescência que eu percebi que, por mais que me dissessem que eu era bonita, nem todos os meninos iriam querer me namorar. Aquele que eu quis, que foi o meu primeiro amor não me quis. Diziam que eu era muito inteligente, mas isso não foi suficiente para que ele se interessasse em me conhecer e conversar comigo. Ser inteligente me fez ter a estigma de ser nerd, de ser CDF. Foi assim que eu me vi achando que eu não era bonita , boa , inteligente e competente o suficiente...
Assim eu volto para a porta, para a pergunta e para a resposta... Quero dizer para ela ir embora, mas não tenho voz. E mesmo que eu não abra, eu sei que ela estará lá.

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