quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Arrumando a casa...

Não vou voltar atrás
O chão sumiu a cada passou que eu dei


Os versos de Paulinho Moska ilustram muito bem o meu sentimento de convicção diante da mudança que eu escolher fazer. Há dois dias, vi minha vida acadêmica passar diante dos meus olhos, indo para reciclagem. Restou muito pouco do que eu resolvi doar. Salvo um trabalho que a Profª Drª Rosa Virgínia Mattos e Silva, sumidade nacional de História da Língua Portuguesa, me deu nota 10, meu banco de dados do mestrado e a própria dissertação encadernada em capa dura, com letras douradas, todo o resto foi para a caixa que, em breve, virará papel novamente. Apostilas, textos xerocopiados, anotações, cadernos inteiros... tudo foi para o caixote. Enquanto cada pilha de material era colocada na caixa, eu pensava com meus botões: Não vou mais precisar de nada disso.

Eu sei que eu posso até mudar de ideia quanto a ser uma cozinheira, um dia, num futuro indefinido... Mas tenho plena convicção de que jamais voltarei a ser professora de Língua Portuguesa. Eu, simplesmente, não quero mais isso para mim. É fato! Eu, na verdade, nunca quis... Fazer faculdade de Letras sempre foi meu plano B. E no meio dele, percebi que meu plano B tinha virado plano A. Em outras palavras, estava tudo errado...

Eu não me arrependo de ter feito esse percurso. Não me arrependo de nada! Pode até ser que seja isso que me faça ter mais convicção de que essa mudança não só é desejada como é necessária. Sinto que cumpri minha missão como professora, como linguista, como cientista. Dei minha contribuição. Agora, é seguir em frente e partir para a próxima missão: alimentar.

Eu sei que a coragem que me levou a tomar uma atitude assim vai me acompanhar para o resto da vida... Se for preciso mudar novamente, não hesitarei em fazê-lo. E terei muito orgulho de mim mesma por isso, porque por mais que eu queira desafiar minhas crenças e propostas, eu sei, no fundo de minha alma, que nunca vou desistir de ser feliz.

O chão sumiu a cada passo que eu dei. Não tem retorno. Não tem volta. Eu decidi esse caminho, e ele é o único até que uma nova bifurcação me seja oferecida. Quando ela chegar, eu paro para pensar... Se houver necessidade, arranjo uma pedra onde eu possa me sentar, para esperar que minha intuição me diga qual o melhor caminho.

Pode até ser que existam pessoas que não queiram saber quem eu sou... E que só me avaliem pelo que acham que vê... Fodam-se! EU SEI QUEM EU SOU... E eu vou continuar sendo eu mesma, com minhas maluquices, com minhas indecisões, com minhas escolhas acertadíssimas, seguindo, assim, pelos caminhos mais certos.

Neste momento, o caminho está diante de mim... Eu estou parada, dando um tempo para tomar fôlego. Mas é nele que continuarei... Nem olho para trás, porque não há nada para ver. O que eu precisava trazer de lá, já está aqui comigo:amigos de verdade, experiências, novas perspectivas e pontos de vista...

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