quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Recebi um texto de Eliane Brum sobre a educação para a vida das gerações mais novas. Um frase me chamou a atenção: "A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada." Na verdade, não foi a sentença inteira que me deixou pensativa, mas sim o primeiro sintagma: A crença de que a felicidade é um direito. Não sei se essa ainda é uma crença minha. Mas sempre foi minha mola propulsora. Tudo que eu fiz, todas as minhas escolhas, todas as minhas palavras se prendem a essa crença, porque sempre foi isso que me disseram: que temos o direito de sermos felizes. E eu vivo questionando o valor das pequenas felicidades, das pequenas realizações ou do simples fato de estar viva.
De uns tempos para cá, estou pensando seriamente em desconstruir essa crença. Acho que a felicidade deve ser mesmo um estado hormonal. Simplesmente, algumas pessoas não são capazes de produzir os neurotransmissores que possibilitam a sensação de ser feliz. E estou começando a ter medo de ser uma dessas pessoas.
Sejamos realistas: eu não estou nem um pouco feliz. Embora tudo pareça estar no lugar, dentro de mim, o mundo está de pernas pro ar. Sinto falta de mim mesma, sinto falta de ser amada por mim. Sinto falta de que eu me baste para ser feliz. E busco no amor alheio essa ausência. Sofro porque o amor de meus filhos e de meu marido não me preenche como deveria. Sinto muito que pessoas com quem eu me importo não estejam nem aí para mim. Sinto muito que meus excelentes amigos não consigam me convencer de meu valor.
Será que eu sempre precisarei de remédios para me pôr no lugar? Será que as tarjas pretas me fariam sentir alguma simpatia por mim mesma? Onde será que eu devo me encontrar? Por que a criança em mim continua a achar que só será feliz quando tiver aquilo que ainda não tem? Quando será que ela estará satisfeita? Como a satisfarei? Preciso parar de amar os outros para amar a mim mesma?
Essas autoanálises me deixam esgotada... Preciso dormir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário